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O meu exótico vai ser anestesiado, e agora?

A anestesia geral ou local em animais exóticos é um tema tabu para muitos donos, pela falta de informação sobre o que acontece aos seus companheiros. 
O risco anestésico é variável consoante a cirurgia e o paciente em questão. 

Os animais exóticos, como coelhos, canários ou mesmo répteis, são animais de pequeno porte e com algumas particularidades, pelo que é comum a ideia de que estes animais exóticos não podem ser anestesiados. 
Em consulta, é frequente os tutores de um coelho, canário ou réptil, por exemplo, manifestarem o seu receio de que o seu animal não possa ser anestesiado ou que não vá sobreviver à anestesia ou cirurgia. 
É importante, por isso, desmitificar esta ideia! 

Os animais exóticos podem e devem ser anestesiados sempre que necessário, tal como cães e gatos.
Contudo, tal como acontece com os cães e os gatos, é necessário escolher o protocolo anestésico mais adequado tendo em conta vários fatores, tais como:
  • Espécie;
  • Idade;
  • Historial de doença;
  • Particularidades anatómicas;
  • Temperamento/ nível de stress;
  • Medicações já em curso;
  • Tipo de procedimento que vai ser realizado;
  • Duração estimada do mesmo.

Tal como nem todos os cães ou gatos podem ser anestesiados com o mesmo protocolo anestésico, também nem todos os animais exóticos, como coelhos, papagaios ou tartarugas podem ser anestesiados com o mesmo protocolo. 
A escolha do protocolo anestésico mais adequado deve ser sempre realizada face ao paciente em questão, tendo em conta a espécie, idade e doença.

A realização de análises pré-cirúrgicas são também uma medida fundamental para aumentar a segurança do procedimento anestésico.
Estas análises aos animais exóticos vão permitir identificar alguns problemas que podem passar despercebidos aos tutores ou não serem identificados apenas com o exame físico realizado em consulta. 
Por exemplo, a existência de uma anemia, insuficiência renal ou hepática em coelhos, tartarugas e répteis  podem contraindicar a anestesia ou influenciar a escolha do protocolo anestésico.  
Para além disto, um controlo anestésico detalhado deve ser feito através da monitorização do paciente durante todo o período antes, durante e após a anestesia de forma a detetar o mais precocemente possível, alterações nos parâmetros vitais que necessitem de intervenção médica. 

É importante, contudo, realçar que, mesmo adotando todos estes cuidados, qualquer anestesia tem riscos e isso é transversal a todas as espécies, independentemente de serem animais exóticos ou não. 
É, por isso, importante que o animal exótico seja avaliado cuidadosamente e os seus tutores esclarecidos de todos os riscos e dúvidas sobre qualquer anestesia e procedimento cirúrgico.

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